No seguimento do estudo do texto jornalístico, a Português, pediram-nos uma crónica.
Escrevi isto, e continuo na incerteza sobre se cumprirá standards.
Na verdade não me importo muito - Gosto dela, simplesmente.
Chamei-a "Insuficiência Crónica".
Acordou e foi tomar um duche. é impressionante como a cada 30 segundos ela aumenta a temperatura da água, nunca está suficientemente quente. Quando nada mais há para aumentar, ela sai. Vestiu-se e segue para mais um dia de trabalho. Pergunta-se se terá dinheiro suficiente para o pequeno almoço. Era de facto uma questão pertinente, dado que o preço do café da esquina (café, esse, que nem suficientemente cheio é) já aumentou para o dobro desde o início do ano.
Pelos vistos não chegou suficientemente cedo, perdeu o autocarro. Terá tempo suficiente para apanhar o próximo? Melhor será ligar a avisar que chegará atrasada. A voz mecânica da operadora explica que a ligação não pode ser efectuada, visto que o saldo é insuficiente!
Digita no telemóvel uns caracteres que espera serem suficientes para compor uma mensagem decente. Como qualquer sujeito sem prática na coisa, ainda vai na primeira palavra quando chega o autocarro seguinte. Nunca é suficientemente rápida! A culpa não será só sua. é destas tecnologias que ninguém entende. Como será possível escrever em tal aparelho - que nem suficientes teclas tem para cada letra do alfabeto?
No autocarro, fala-se das vitórias insuficientes do porto, da insuficiência renal da D.Joaquina e da insuficiência cardíaca da cadela da Albertina. Fala-se dos catraios, que não têm educação suficiente, fala-se do dinheiro, que não chega para que o povo se sustente, do que nunca há, e do que faz com que nunca ninguém esteja contente.
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