Hoje, mais do que em outros dias, fez-me falta o silêncio.
Hoje: por nada em especial a não ser o ter-me apercebido do ruído.
Vivemos de ruído, no ruído, respiramos o ruído, comemo-lo... quase sofregamente.
Criamos barreiras de partículas em oscilação entre o pensamento e a fala, entre a fala e a percepção. Falamos, desnecessariamente. Esquecemos sempre as vozes mudas... E os gritos calados causam mais piedade - [ / Se calhar gosto mais da palavra compaixão ].
Nadamos em busca de úteros virgens, sem sequer pensar - porque? - Apenas nadamos, como bichos, irracionais, à mercê da genética.
Onde está o que nos destingue?
Onde está a capacidade [ / mais do que isso : a vontade ] de ouvir a paz nas pedras do Caminho que roçam nas solas ?
Sem comentários:
Enviar um comentário