Os dias ultrapassam-se uns aos outros,
seja pela esquerda ou pela direira.
Não dão pisca e
eu tenho de atravessar para o outro lado da estrada,
mas eles não param na passadeira,
ignoram o vermelho -
sinal do meu cansaço e
de quão prestes estou de atravessar sem olhar para ambos os lados,
como me ensinaram os meus progenitores.
Estou farta deste trânsito
do tempo que corre como um rio de gelo,
vazio de matéria
mas de corrente pesada.
Vou correr,
mas não sou rápida -
perdi muito tempo a ouvir os pássaros e
a sentir o cheiro a borracha queimada -
Fui atropelada pelos dias
que correm vazios
com memórias de nada.
"regressei à memória fugaz
ResponderEliminarde uma mão aberta
exposta à imposição do tempo
e à consciência que nos foge
dos dias que morrem
uns atrás dos outros
(...)"