30.11.09

Quebra Gelo.

Uso muito a música como quebra gelo.
É sempre a primeira coisa que me sinto confortável para partilhar. Sempre com cautela, que há música que é só nossa e que não queremos que ninguém conheça.
Comecei a minha viajem quando no meu 6º ano ouvimos na aula de inglês a Bohemian Rapsody. Eu não conhecia, nunca tal tinha ouvido - Queen? Sim... Não me é estranho... e ficamos por aí. Acontece que nessa mesma aula me apaixonei... E esta sim, é uma relação que se mantém sólida e evolui com os anos.
Com 12 anos acordo para o Grunge, e aí... Aí nunca mais consegui largar, é um vício que não estou disposta a perder.
Para mim o Grunge começa com Where did you sleep last night? de um grupo chamado Nirvana do qual nunca tinha ouvido falar... é estranho pensar na altura em que não conhecíamos Nirvana, não é?
Aliando isto ao facto de já ter capacidade de fazer downloads ilegais, imaginem O "Baby boom". Conhecia tudo e mais alguma coisa, foi o Rock n' Roll,o Hard, o Indie, o Alternativo, o Punk... Tudo.
Passei à música portuguesa, e percebi que o que se fazia era muito bom. Talvez tenha começado com Mesa... E a partir daí foi até Linda Martini. Vagueei no rap português, pelo qual ainda tenho carinho (MDG, Dealema e STK) e foi engraçado perceber depois, que deixei de ouvir quando passou a dar na televisão.
Entra o fado, com a Lágrima de Amália Rodrigues.
Algures no tempo, passo pelo House e pelo Tecnho.
Os meus 13 anos são decisivos tendo em conta que comecei a perceber que o meu tio tinha um gosto musical apurado, que me interessava. Deu-me muito. Deu-me os clássicos, deu-me a música irlandesa e islandesa, deu-me um pouco de Folk, deu-me o pouco Pop que posso considerar bom, entre outros. Deu-me as sementes.
Com estas sementes cultivei, mais e melhor.
Num verão em família, cultiva-se o Reggae - E o Bob instala-se.
Acordei para os Blues e para o Jazz by myself. Ouvi, ouvi, ouvi, horas a fio, noites a fio.
A clássica entra, também, ainda com uma pegada muito ténue, mas propícia a desenvolvimento.
Recentemente, entra aquilo que jurei nunca ouvir. Entra o Metal por influência do João e descobri que há muito Metal muito diferente, e há muita coisa muito boa.
No entanto, duvido que agora continue sozinha.

A música sempre foi paixão e sempre foi sonho. Será sempre.
A música rotula a minha vida, organiza-a, divide-a em categorias, acontecimentos, fases.
É o que me acalma e me reconforta. É loucura quando preciso de loucura, e paz quando preciso de paz. Julgo já ser quase fundamental para a minha sanidade mental. E isto não é exagero. É a música que ajuda a enterrar quaisquer tendências maníaco depressivas que possam tentar manifestar-se, quaisquer tendências sociopatas que possam ser herdadas nos confins da genética.
É remédio, é meditação.

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