31.12.09

Despenteada Mental - I'm turning Japanese

Hoje acordo com o cansaço de dormir. Cansei de dormir - Finalmente!
Acordo e ligo a música rapidamente - apetece-me protagonizar uma daquelas cenas de filme americano em que a pessoa dança de pijama, "despenteada mental" pelo quarto todo enquanto faz da escova dos dentes um microfone. Correu bem!
Ai que Teen !

Refaço - a pequena trança atrás da orelha direita, que começa a simbolizar a tentativa de início de uma nova fase - Uma New Year's Resolution!
Desfaço - qualquer tentativa da minha mãe de manter a surpresa de que hoje o almoço era Japanese.
Vamos ao Gokobe ! Oh yeah !
Para quem não sabe, ADORO, devoro, comida Japonesa e o Gokobe é perfeito porque alia a qualidade do sushi a um buffet de 10 euros - Coma o que quiser (e nós comemos!).
Apesar de não ser o meu restaurante de Sushi preferido, é o que me consola mais com a quantidade!

I'm turning Japanese,
I think I'm turning Japanese,
I really think so !
(Lembra-me o meu pai a canção dos The Vapors!)
Foi um óptimo almoço de fim de década!






Começo a pensar em New Year's Resolutions:

Mais chill out/Trabalhar mais ; Esforçar mais/Dar menos importância ; Aumentar auto-confiança/Podar o ego ; Dormir mais/Dormir menos ; Levar as coisas ainda mais a sério/Levar as coisas ainda mais na desportiva; Focar/Dispersar ; Traçar o rumo/Deambular ; Dar mais importância à imagem/ Desleixar um bocadinho ; Arriscar/Proteger ; Enterrar/Desenterrar ... E mais qualquer coisinha.

Com antagonismos destes é complicado : )

Foi uma década linda, a década do início da metamorfose.
Entrei em 2000 com 6 anos e imaginação de sobra para desenhar um mundo novo.
Entro agora em 2010, a metamorfose continua, e a imaginação aumenta, cultivada pelas boas vivências, pelo balanço fabuloso de uma década de vida.
Aprendi tanto, cresci tanto.
E há ainda tanto para crescer, tenho tanto para conhecer, para aprender.
Foi uma década em que me descobri, descobri os meus sabores, as minhas cores, os meus sons...
[ / Correcção - Comecei a descobrir-me ! ]

Descobri que sou do Caminho, e que almejo caminhar.

Descobri que meditar é a minha aspirina, a minha mentalfetamina.
Preciso do Caminho para perceber porque é que caminho, porque é que continuo a caminhar... Todos os dias...
Acredito piamente que o Caminho que faço - Primeiro comigo e depois connosco - é a minha luz porque o Caminho, para mim, é um estado que procuro.

Preciso do Caminho para me amar e assim amar os outros.

Preciso do Caminho porque para mim é sinuoso - Faz-me sair dele para querer voltar e faz-me voltar para querer sair.



Preciso do Caminho para me desinstalar, para me distanciar no sentido de voltar a aproximar - Preciso do Caminho para me lembrar o que é querer regressar... a Casa.

Uma década absolutamente vivida, sugada, absorvida pelo meu tegumento de uma forma quase perfeita.
Pensar nisto é lindo, e agora exalo José Régio (e só posso agradecer com carinho à minha mãe o facto de me ter atribuído este poema ):


(...)Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada. (...)


Cântico Negro , José Régio .



30.12.09

TSO






Hoje deambulei, sozinha, pela minha cidade.
Como ela é linda e me faz bem!


Passei o dia praticamente ao som de Trans-Siberian Orchestra, especificamente o último álbum Night Castle(Out 2009).
 Deixo-vos algumas das minhas preferidas:
Toccata-Carpimus Noctem
CarminaBurana                                                              


28.12.09

Que Mulherões!

Quanto a música, caros, não faço um best of 2009...
Decidi antes fazer esta selecção : difícil - praticamente impossível - de fazer numa "posta" curta que, portanto, fica assim singela (não pelas artistas que dela fazem parte, mas pelas artistas que nela faltam!)

Como eu adoro estes mulherões !
As de outros tempos:
Ella Fitzgerald . Julie London . Sarah Vaughan . Nina Simone . Billie Holiday . Édith Piaf


E as destes tempos:
Norah Jones . Lou Rhodes . Björk . Manuela Azevedo . Gal Costa . Mariza


Magníficas!

27.12.09

As feridas

Ontem compôs-se isto na minha cabeça, já estava eu deitada de luzes apagadas.
Com medo de o perder nas viagens da Noite, escrevi-o no telemóvel - é estranho isto !

Saboreio o teu sangue
na ponta da língua,
enquanto te lambo as feridas,
desprovidas ainda de crostas
e do esquecimento.

Incomoda-me reparar em como mastigas, ruminante, os restos das tuas lutas de galos.
Mesmo assim, eu lambo-te as feridas.

Hoje, quando o re-li, lembrei-me do primeiro poema que li do Melopeia.
Foi engraçado - Abri o livro ao acaso, e fui ter à página 23 (o 23 parece bruxedo no meu quotidiano) e li isto:
Lambe-me as feridas na lenta
passagem das horas, porque a elegia
é apenas uma percepção esquiva
do tempo e nós nómadas sulcando
vagamente os equinócios, como êmbolos
crescendo, esparsos em superfícies
excessivamente mensuradas
em atlas anatómicos. Lambe-me
as feridas que eu sou como um choupo
reclinado sobre a remissão da tua saliva
e o devir é um espasmo onde sofro
a espera da cura, a travessia incomensurável
da distância. Lambe-me as feridas porque
sinto a fluidez de raízes nas plantas dos pés
e substâncias voláteis nas extremidades
das mãos. Mastigo a esperança
nos dias do exílio, porque só a tua presença
é um lugar à medida da tua solidão.

José Rui Teixeira

Contador de visitas

No dia 26 aderi ao sitemeter.
No dia seguinte, percebi que apesar de porreiro para as contagens de visitas, se mostrava desorganizado, confuso e pouco fiável, no que toca à sistematização de outros tipos de dados.
Aderi ontem ao Google Analytics, este muito mais limpo e eficaz nos relatórios que elabora, mas com o defeito de não o poder tornar público para os visitantes do Mentalfetaminas.
Entretanto, experimentei colocar um contador HTML banal, mas acontece que ele conta até as minhas próprias visualizações de página, qualquer refresh - Era enganador!

Resolvi o seguinte: Manterei ambos. O sitemeter para vossa consulta, para que possam visualizar o número de visitas, e o Google Analytics para consulta pessoal.

25.12.09

Retratos - Cheiro a Farrapo-Velho

Há dias em que me sento em frente a uma cómoda.
Nas gavetas há baralhos de fotografias velhas - baralhados, baralhadas. Com os dedos percorro décadas documentadas em pedaços de papel impressos, de má qualidade e azeda-me o paladar quando percebo que são apenas retratos. São figurinos, modelos e composições estáticas. Fôlegos apanhados num tempo e perdidos no tempo. Não são sequer momentos, nem fragmentos, nem nada... - são retratos.
E a culpa não é dos retratos, nem de quem retrata - é, quase certamente, dos retratados.
Resta-me apenas tentar imaginar que talvez para os figurinos tenham sido histórias, estórias. Resta-me crer que tenham vivido em cores condensadas e vivas. Cores de movimento.

Levanto-me da poltrona e vou para a cozinha, ouvir a minha mãe ironizando - divertida - sobre o enorme esforço que demonstro em receber o testemunho sobre o qual escrevi há dias.
Fingo não dar muito interesse, teimosa. Por dentro, sorrio de concórdia - ela tinha razão! 

A verdade é que não estava a pensar nisso, pensava apenas no esforço que farei para não cair nas poses dos retratos que lhe mostrei - nem a minha avó lhes conhecia as faces.
Decido viver as minhas poses com movimento. Ou os movimentos sem a pose.
Decido que não gosto de retratos sem estórias - apenas porque as estórias são o que prova que já estivemos vivos.
As estórias, o sangue quente e o cheiro a farrapo-velho - que não se imprimem nos retratos.

Decido tudo isto enquanto o Diabo esfrega um olho.

23.12.09

Aliens

  Hoje os aliens fartaram-se de tirar fotografias...














   Foto: reddhedds - DeviantArt

21.12.09

Prenda de Natal

A partir de Janeiro - Guitarra na Escola de Jazz do Porto.
Não consigo manifestar o entusiasmo... - Agora é que vai ser !

O testemunho

Ontem jantei com os meus, que já não eram meus há muito tempo - Tempo de mais!
A Sofia fez anos, e senti o consolo, o conforto do regresso.
É bom relembrarmos, de vez em quando, de onde vimos e a quem pertencemos.
Soube-me a velhos tempos, e cheirou-me a Caminho.

É nestas alturas que se impõe o cliché que me irrita - Aquele que diz que só valorizamos o que temos quando já não o temos, na verdade.


Continuo com o EP March of the Zapotec/Holland, dos Beirut.
Põem-se as últimas bolas, as últimas luzes.
O bacalhau continua de molho.
O bolo-rei e os cacetes das rabanadas já foram encomendados.
O anho já espera, ansiosamente, pelo almoço de 25.
Para mim, é mais uma grande oportunidade de aprender com as melhores a arte da culinária.


Em alturas como estas, comove-me a passagem do testemunho.
A tradição - uma relíquia .

19.12.09

XpertDiver - Isto é que é!

Muitas vezes me dizem os meus pais que eu devo achar que quando eles não estão comigo, estão guardados num armário qualquer, em modo stand-by, à espera do momento seguinte do dia em que eu esteja à beira deles.

Desvendei o mistério!

Isto é o que os meus pais fazem quando não estou à beira deles:
[ Última viajem que fizeram ao Mar Vermelho! ]



Ligações:
A escola - Submersus
A loja - Xpertdiver
O canal no Youtube - Xpertdiver
Os meus pais - Gandas malucos aqui!


Tu : Descobre o que andam a fazer os teus!

18.12.09

Promessas da Noite .

Gosto das promessas que a Noite me traz.

Traz-me lugares recônditos no próprio abismo, confortáveis de recônditos , de felizes na mansidão dos sons, das formas, das palavras...

Gosto das sombras, que já nada têm de assustador - apenas a excitação da incerteza do que nelas nos seduz.
O que nos seduz é a própria incerteza.
O que nos seduz é beleza que se mostra no escuro.
O que nos seduz é, naquela noite, sermos nós os seduzidos.

Seduz-nos a vontade que aprendemos a trazer de volta, mesmo quando nos apercebemos que a Lua hoje não apareceu e estamos sozinhos com o nosso esquecimento.

'Cause we are all just girls lost in the woods
Morphine


 __________,,_____

Aproveito para mencionar que este post do Mentalfetaminas fez parte da lista de "Boas Leituras" de Fernando Moreira de Sá, no Aventar.
Cuscar aqui !

16.12.09

Doce Húngaro , Doce Alto

Hoje andei entre crise de fígado e relatórios de Biologia. 
É engraçado, mas nem quando estou assim me falta o apetite.

O doce húngaro da Doce Alto é tão bom!

15.12.09

Era uma vez três...

Ontem lembrei-me de uma história que o meu avô Renato contava e que me fascinava.
É engraçado como a ouvia todas as vezes de boca aberta, e a terminava com uma gargalhada :

Era uma vez três: dois austríacos e um francês.
O francês rapa da espada e...
Zás ! Trás ! Pás !
Mas não matou...
Queres que te conte o que se passou ?

Era uma vez três...


____,,___________

Hoje fascinou-me o ar fresco.

O que o ar fresco tem de bom é que é frio.
Mas não é só frio(se fosse só frio chamava-lhe ar frio!) - É ar que pega no frio e torna-o para além de frio, um frio fresco.
É para este ar fresco que sinto em dias como o de hoje, que se respira.
É ar fresco, que rebola como o vento e leva as folhas caídas no chão de Outono, as crostas, as cascas, as escamas velhas da minha terra - deitadas por terra.
E agradeço ao vento o ar fresco que me deu.

10.12.09

Desgarradas

Aconselho que visitem este vídeo e que fiquem a conhecer The XX. Da melhor alternativa recente que tenho ouvido! (Mais uma indicação do tio Nando)
Por falar em tio Nando, ouvi falar que teria um programa de rádio na Lidador, mas ainda não sei detalhes. Mal souber mais info. divulgo!

___,,_____


O veludo vermelho percorre ansiosamente o caminho, diante da tela que as pérolas atentas compõem.
Corre decididamente de encontro à outra ponta.
Eu caio de joelhos, mesmo sabendo que as palmas e os ecos alimentam a minha melomania.
Caio de joelhos porque não suporto que se contentem com estes dizeres decorados, processados, com os dizeres melancólicos da prudência e da razão.

Caio de joelhos porque anseio que devorem as desgarradas, desamarrados.

9.12.09

Diarreia Mental

Nestes dias, já não nos é permitido um luto.
Já não nos toca o direito a uma lágrima, o direito a uma ausência, a um retiro, muito menos o direito a um impulso violento.
Uma resposta bruta passou a ser capricho, quando devia ser vista como algo que temos de aceitar - vindo de alguém que precisa de a dar e, sobretudo, de alguém de quem se gosta.
Há dias de respostas duras, que não têm o papel de ser duras para quem as recebe - Têm o papel reconfortante da exalação para quem as expele.

Construimos puzzles nas máscaras, que vestimos com as coquilhas justas, apertadas, excruciantes.

A nossa criatividade é esterilizada, como (o) aparelho reprodutor.
E os estafetas das limpezas limpam, discreta mas eficazmente qualquer diarreia mental (seja ela boa ou má - rapidamente interrompida, à força, por um imodium rapid) com toneladas de papel higiénico, eliminando pela raiz qualquer fonte de mau cheiro com detergentes a cheirar as rosas.

2.12.09

Coragem vs. Inconsciência




Para muitos, a fronteira entre a coragem e inconsciência é ainda uma linha muito ténue.

1.12.09

Five O'clock Coffee

Café das cinco marca a pausa na Física.
[ Esqueçamos a Lei de Gravitação Universal, as análises de movimentos rectilíneos uniformemente variados, os projécteis, a resistência do ar, o movimento dos satélites geoestacionários, as Leis de Newton... Elas actuam mesmo quando não estamos a pensar nelas. Desde sempre. ]

São estas pausas que valorizam o esforço.
Porque : São estas pausas que me levam a pensar que eu sou muito mais que isto.
(Lamento Sir Newton!)
Nesta em particular, lembrei-me do filme mais inspirador e marcante que vi até hoje. Até ao momento, é o meu filme.
Lembrei-me que nunca tinha falado dele no Mentalfetaminas.
(Isto leva-me de "o que poderia ser uma mera pausa" a "baldar-me quase uma horita" - é para estas baldas que eu estudo de vez em quando!)

O filme é o Into the Wild de Sean Penn.
Baseado na história verídica de Christopher McCandless, um jovem atleta e estudante americano que acaba de se formar na Universidade de Emory e decide procurar a liberdade - No significado mais genuíno intrínseco à palavra.
Na realidade, esta procura leva-o a conclusões muito para além da importância da liberdade. No final, leva-o a definir o seu próprio sentido para a vida.

O filme ilustra as melhores paisagens que o continente Norte-Americano tem para oferecer e desenrola-se ao som de uma banda sonora perfeita, totalmente produzida por Eddie Vedder.

Um filme que muitas vezes me faz falta, até como instrumento que fomenta introspecção.
Talvez por isso já o tenha visto tantas vezes!

Aqui fica o trailer na esperança de motivar-vos a vê-lo.


By the way, se realmente virem este filme, que não seja mais uma sessão de cinema de Domingo com pipocas e a mastigar de boca aberta - Não adormeçam a meio.
Se vão ver o filme, puxem pela cabecinha que ela não serve só para penteados bonitinhos e gorros com pompons no inverno!
Façam-se perguntas e procurem-se respostas.
E quando responderem às perguntas com a vossas respostas, façam perguntas à respostas... Falava eu no outro dia com alguém que : A verdade não está toda no mesmo sítio.

Remember: