4.12.10

Foi num dia destes que te conheci. Enquanto me mostravas o sabor das gostas de chuva.
Foi num destes dias em que se medita sobre a morte como numa novela de literatura russa.
Esqueci completamente que o mundo desabava tempestuosamente sobre a minha cabeça e que os abutres sobrevoavam em rota circular, adivinhando já a carne pútrida que eu anunciava.
Foi  num dia assim, triste, cinzento, que colheste folhas secas como recordações antigas cheias de significado.
Foi assim que soube quem tu eras, pela luz da tua figura num dia de fracasso.

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