15.11.11

Não queria ser estátua
não faço sequer eco
seguro-me à circunstância.
Não serei mito, não serei mártir,
não serei estátua,
não verás em mim
monumentos de liberdade.

Escuto púlpitos, percorro distâncias,
beijo-te as mãos
porque te amo muito,
Hoje.

Serei o morrer amanhã
e não serei sequer de pedra
escorro apenas,
apesar de todo o Epicurismo.
Amanhã sou niilismo e,
no entanto, ataraxia.
(amanhã) apogeu, morte
Libertação.

12.11.11

Despedi-me do esquecimento
e já tu adivinhavas a carne
que eu anunciava.
Parto, na ânsia de reinventar
o trago das raízes telúricas
Procuro somente reconhecer
por onde se foi morrendo.
Dizes que não és completamente ateu
pergunto-te então,
que coisa é essa que fazes com as palavras.
Eu ainda peço solidão,
e a minha loucura
Ainda procuro devotar a vida
à eterna fonte dos povos.