15.11.09

Diário (P. I)

Gosto destas tardes de Domingo, em que a chuva (me) bate na clarabóia do sótão que habito.
São dias em que não suportaria calor para além do meu, e me lembro da música "Chuva".
« Embora lave o medo que há do fim,
a chuva apaga o fogo que há em mim
Ouço a voz de quem me quer tão bem
E fico a ver se a chuva a ouvirá, também... »



Pediram-nos uma página de diário. Não fui capaz de documentar um dos meus dias, portanto, inventei alguém e documentei um dos seus:

19 de Outubro de 2008

Meu diário,

Hoje foi mais um dia normal, de uma semana normal, da minha vida que é igualmente normal. Não é natural, mas estou farta de normalidade. Não é suposto, mas preferia a fúria de um vento forte, ou uma onda que engole tragicamente tudo em meu redor, do que esta normalidade que me consome, continuamente. Parece que envolve e embala, numa dança cuja melodia se repete e na qual executo sempre o mesmo passo, a solo.
Não há gota da chuva que bata na janela, ou vento que assobie bruscamente que me exalte.
Meu querido, eu quero sentir-me exaltada!
Na verdade, quero ser em mim mais do que aquilo que sou, nada do que querem que seja...
Amanhã escreverei, numa repetição infinita. Talvez um dia me vejas livre nas letras que escrevo, talvez um dia cheguem letras de mudança.
Boa noite, vou para o amanhã - o amanhã de ontem, o de hoje e o de sempre. Boa noite.

1 comentário:

  1. Por indicação do Professor José Rui Teixeira, visitei o seu blog. Gostei do que li. Vou passando...

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